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Cássia Eller
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Aqui vocês encontrarão algo sobre a vida da Cássia...

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Biografia

Cássia Rejane Eller nasceu no Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 1962. Foi criada entre músicos, por parte de
mãe. Isso fez com que a então menina Cássia criasse intimidade com a música. O pai, militar, foi responsável por constantes mudanças de endereço. Daí vem a mistura de culturas, ritmos, estilos que a cantora Cássia mantém em sua obra.

Aos 6 anos, Cássia mudou-se com a família para Belo Horizonte. Aos 10, mudava-se novamente. Desta vez para Santarém, no Pará. Quando tinha 12 anos, estava de volta ao Rio. Com 18, outra mudança. Foi morar em Brasília.
Nesta época, Cássia Eller já estava bem certa do que queria fazer na vida. Cantar era tudo o que importava. Na verdade, a história musical da cantora começou bem antes, quando ela tinha 14 anos e ganhou um violão de presente. No instrumento, músicas dos Beatles faziam a cabeça de Cássia.

Em Brasília fez de tudo para estar sempre nos palcos. Cantava em coral, fazia testes pra musicais, trabalhou em duas óperas como corista e, em 1981, participou de um espetáculo de Oswaldo Montenegro.

Cantou também em um grupo de forró e participou do primeiro trio-elétrico do planalto, o Massa Real, onde cantou durante dois anos. Então mais uma referência juntou-se às já adquiridas pela cantora: a música baiana. Inclusive a instrumental, que Cássia confessa não ter notado antes.

Escola nunca foi o forte de Cássia, que não terminou o segundo grau. Sua grande meta era poder cantar o tempo todo. Tentou até estudar canto para se tornar cantora de ópera. Mas a rigidez e disciplina que esse tipo de trabalho exige acabaram por afastar Cássia da música clássica.

Foi a partir de 1989 que Cássia começou seu trajeto pelo mundo do disco. Em São Paulo, ela gravou uma fita demo, apoiada pelo tio, Anderson - que, aliás, foi seu primeiro empresário. Foi ele quem levou a fita para uma audição na gravadora Polygram. Nesta fita estava gravada a música que viria a ser o primeiro sucesso na voz de Cássia, a música "Por Enquanto", de Renato Russo.

Veio então o contrato com a gravadora e o primeiro disco, lançado em 1990. Depois disso, Cássia não parou mais. Foram seis discos gravados até o momento, vários sucessos e uma personalidade inconfundível, que mistura sua timidez latente à rebeldia quase adolescente.

Cássia não gosta de pensar em metas para o futuro. Não planeja novos trabalhos nem se preocupa com conceitos. Quer estar no palco o tempo todo e produzir muitas canções. Ou seja, nada mudou. Cássia Eller, aos 36 anos, é a mesma garota que tocava Beatles aos 14. E quer ser sempre assim.

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Cássia Eller lançou, no projeto Acústico da MTV, um dos melhores álbuns da música pop nacional. Quem for ao Canecão neste fim de semana vai checar se o que foi muito bem no CD e no especial de TV também funciona ao vivo, no palco. Há uma penca de bons motivos para acreditar num show memorável.

Primeiro porque ela é hoje, de longe, a melhor intérprete entre seus pares (a preocupação com a extensão vocal deu lugar à uma sobriedade emotiva, na medida certa). De pois, Cássia consegue fazer com que canções medianas soem espetaculares (De esquina, de Xis, passa quase despercebida no disco do rapper paulista, mas ganha suingue e punch com a cantora).

A roupagem de cada canção, algumas trabalhadas exaustivamente, ficou ótima, com a nítida preocupação em valorizar melodia. Se não bastasse, ela ainda pescou Queremos saber, pérola existencialista de Gilberto Gil, nunca gravada nos discos de carreira do cantor (só por Erasmo Carlos, em meados da década de 70).

Este álbum mudou tudo. Tem algo de especial. O acesso às rádios e à TV ficou mais fácil. Sou cantora desde 1981 e acho que agora atingi de fato a maturidade'''', fiz Cássia Eller. O show terá quase as mesmas participações do álbum.

Vão estar lá Xis e Nando Reis. Faltará a Nação Zumbi, que está excursionando pela Europa. A música de abertura é Non, Je ne regrete rien, música famosa na voz da diva Edith Piaf, e cantada num francês com boa pronúncia. ``Fiz aula quando era mais nova, li a biografia da Edith Piaf e ainda tive uma namorada francesa. Tudo isso ajudou muito'''', conta Cássia Eller. As Melhores do repertório

- Non, je ne regrete rien - O clássico eternizado por Edith Piaff abre o show.

- Malandragem - A melhor versão da música de Cazuza e Frejat.

- Vá morar com o diabo - Riachão merecia tal destaque. Uma das melhores do disco.

- Partido alto - Chico Buarque ganha contornos pop.

- Gatas extraordinárias - A música de Caetano Veloso foi um dos destaques do show voz e violão que Cássia fez recentemente no ATL.

- Queremos saber - Ótima canção até então esquecida num disco antigo do Erasmo Carlos e numa compilação de Gilberto Gil.

- Por enquanto - Sucesso de Renato Russo. É curtinha, Cássia canta as estrofes apenas uma vez. Perfeito.

- Relicário - Da melhor lavra das boas melodias de Nando Reis.

- Aprendiz de feiticeiro - Boa faixa de Itamar Assumpção, já gravada por ela.

- Coroné Antônio Bento - É um ótimo baião-rock-soul já gravado por Tim Maia.

- De esquina - Bem melhor assim no formato acústico do que no disco do Xis, o pai da criança.

- Quando a maré encher - Punch na medida certa.

- Bichos Escrotos - Sucesso dos Titãs para fechar o show.


Luciano Ribeiro, Jornal do Brasil, 13 de julho de 2001.

Cássia Eller Lança Disco Com 12 Canções Inéditas E Fala De Seu Casamento De 11 Anos Com Eugênia.


Ela nunca gostou de brincar de boneca. Odiava os vestidos, brincos, anéis, fitinha para lá, fitinha para cá, a cor-de-rosa que embalava seus presentes de Natal. Quando pequena, a primogênita dos Eller se mostrava pacata e obediente, mas cresceu sem perder o jeitão esquisito. Caladona, sempre sozinha, cara de anjo escondendo más intenções. Uma sonsa. E a vergonha, então! Até há pouco tempo tinha dificuldade de encarar os outros nos olhos - imagine abrir a boca. Mas quando abriu, uma mágoa, uma vontade de gritar e olhar de perto a cara do medo se exibiu com a força de sua voz grossa. E Cássia Eller, a tímida, subiu aos palcos com seu vozeirão à toda, sem esconder os modos de menino safado e sem disfarçar a energia viril que a movia. Conseguiu traduzir tudo isso - e mais alguma coisa - em forma de canção popular.

Aos 36 anos, nove de carreira, a carioca Cássia está lançando o sétimo disco e já não precisa mais berrar para que a percebam. E a aceitem. Com Cássia Eller - Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo parece ter encontrado o tom mais adequado, mais confortável para a beleza de uma voz, enfim, liberta de seu grito de desespero. Para a divulgação, ela se deixou fotografar seminua, mais magra, com longos cabelos negros aplicados sobre os seus, curtíssimos. "Gosto de fingir que sou mulher assim", diz ela, soltando a gargalhada típica, debochada. A boa fase da cantora reflete mudanças na vida e na carreira. Cássia já não é mais vista até o sol nascer passando dos limites nas noites cariocas. A profissional Cássia também parece estar longe daquela que estreou em discos em 1990, e se moveu por uma via semi-alternativa. "Minha vida mudou bastante", diz. "Emagreci porque parei de beber e de usar outras coisas também. Estou quietinha. Agora, acordo de manhã. Antigamente, nem dormia. Ficava na rua bebendo com a galera", diz.

Seu maior sucesso de vendas aconteceu em 1994, com o CD Cássia Eller (230 mil cópias), cuja música "E.C.T." entrou na parada de sucessos. Mas, depois de trocar de empresário, abrir os shows dos Rolling Stones, no Brasil, em 1998, regravar Cazuza (1958-1990) em Veneno Antimonotonia e lotar o Canecão num show que também virou disco (Veneno ao Vivo), Cássia foi aceita no restrito e qualitativo clube da MPB. Prova disso é que, para o novo trabalho, o primeiro só com canções inéditas, recebeu músicas compostas especialmente para ela por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte, Luís Melodia, Moraes Moreira, Carlinhos Brown e Nando Reis, baixista dos Titãs, também produtor do CD. "Pela primeira vez em minha carreira faço uma produção bem-feita", conta. "Isso nunca havia acontecido. Era tudo meio desorganizado", admite. "Eu não sou uma pessoa educada, não tenho diplomacia. Sou xucra demais, nunca soube negociar. Hoje estou aprendendo a ser mais educada, paciente", diz Cássia, que começou a cantar em Brasília, cidade em que viveu depois de completar 18 anos e conheceu o grande amor de sua vida.

Cássia está casada há 11 anos com Eugênia Vieira Martins e jamais escondeu isso. Ao se encontrarem, Eugênia estudava Letras na UnB e trabalhava no Tribunal Superior do Trabalho. Quando Cássia voltou a viver no Rio, em 1990, a amiga não quis deixar a escola e o trabalho. Ficaram um ano separadas, até resolverem viver juntas. "Ela é a melhor pessoa do mundo. Uma coisa de louco, aquela mulher!", diz Cássia. "Hoje ela não trabalha, virou dona de casa. Cuida do meu filho, me ajuda muito e adora fazer isso. É uma maluca e meu casamento é ótimo." Na verdade, a relação com a companheira sofreu um abalo em 1993. A cantora vinha alimentando a idéia de ter um filho, quando conheceu o músico Otávio Fialho. Dessa relação nasceu Francisco Ribeiro Eller, o Chicão, loirinho esperto que não conheceu o pai. "Nunca revelei o nome do Fialho porque, na época, ele era casado e ficava difícil. Mas ele morreu de acidente de carro, cinco dias antes de meu filho nascer." O problema com Eugênia foi superado e hoje as duas convivem harmoniosamente com suas famílias. Chicão trata a mãe de Eugênia de "vó" e o pai de Cássia chegou a admitir que o casamento da filha era o mais bem-sucedido de toda a família.

Claro, nem sempre tudo foi assim. Eller é um sobrenome alemão, vem de seu bisavô paterno, mas tanto seu pai, Altair, quanto sua mãe, Nanci, nasceram em Minas Gerais. Altair Eller era militar, sargento pára-quedista, que carregou mulher e seis filhos para onde o comando lhe mandava. Assim, Cássia, a primogênita, nasceu e viveu no Rio até completar 6 anos, mudou-se para Belo Horizonte e, quatro anos depois, para um acampamento militar no meio do mato em Santarém, Pará. Em seguida, voltou para o Rio e, em 1980, foram todos para Brasília. A paixão pela música vem da avó materna e de seus irmãos, todos músicos. A mãe, Nanci, cantou até se casar e, neste novo CD, divide com a filha a faixa "Pedra Gigante" (Gilberto Gil/Bené Fonteles).

Em casa, o dinheiro sempre foi curto, mas Cássia não é do tipo que se lamenta. Seu único problema era a repressão, o medo da família quando ela se vestia de menino, batia bola na rua e dizia não às bonecas. Cássia nunca gostou de escola, repetiu quatro vezes o segundo ano do curso Normal. Em música, é autodidata. Diz ter aprendido tudo ouvindo Beatles e, quando criança, sonhava "ser Roberto Carlos, casar com Roberto Carlos". Já trabalhou como garçonete e secretária, e a falta de dinheiro a perseguiu até há muito pouco tempo, quando, finalmente, pôde comprar um apartamento no Cosme Velho, no Rio de Janeiro, onde vive. "A Eugênia se ajoelhou a meus pés quando comprei o apartamento. Ela se preocupa com essas coisas", conta Cássia, no fundo, uma menina-menino que gosta mesmo de cantar e dar risada. Se pudesse se definir, diria que é uma pessoa que adora viver. "Acho que era Confúcio quem dizia: fácil é o certo. Certo é o fácil", diz. "Então, não existe o certo, o errado, o fácil e o difícil. Você escolhe o que é bom para você na hora e acaba dando certo."

Regina Echeverria, Revista Época, 19 de julho de 1999

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Confira também na página de entrevistas, uma entrevista sobre o acústico MTV com Cássia Eller.